Sinto esta noite sombrosa e fria

é a alegria da tristeza que transborda

  Rios de sorriso numa imensa dor da alma

       Gemídos ímpetos gritos do coração

A mente cala, congela estagnada

No vão do âmago, cólera da solidão

                         Sorria tristeza, sorria!

           Bem-vinda ao campo do coração

                         Sorria tristeza, sorria!

          Bem-vinda ao seu lugar de honra

Brota dores, brota alegrias

      Neste jardim de inverno

Acinzentado de fatos e agonia

De uma noite sombrosa e fria

             Sorria tristeza, sorria!

by: natalino g. silva

O garoto da avenida

Porta de lata, daquelas de fechar o bar, com marcas de ferrugem e um tom de cinza envelhecido, em seu rodapé está sentado um garoto, acredito que tenha uns 19 anos, ele está cabisbaixo, debruçado sobre os joelhos, de longe vejo que ele está chorando, e chorando muito.O garoto está pensando, e consigo à distância capturar o som de seus pensamentos. Ele está cansado de toda a sua vida, de toda a sua caminhada, ele anda e anda e não chega a lugar algum, a única coisa que ele vê em seu caminho é a sua família desmoronando e o seu futuro sendo manchado pelo desânimo da caminhada, mais o melhor de tudo isso aconteceu.

Sentado, cabisbaixo e chorando, com uma camiseta regata, bermuda jeans e chinelo havaianas preto com o símbolo do Brasil, ele logo se desperta para a sua realidade. Ele não pode desanimar justo agora, ele é brasileiro, pessoa que carrega em suas veias a arte de vencer obstáculos e ultrapassar a barreira da derrota.
Ele levanta a cabeça, olha para frente e vê a avenida com aquelas ruas alongadas e que chegam a distâncias diversas: "é assim que vou ser agora, uma avenida", pensou ele e olhando para si mesmo grita em seu interior: "Estou vivo, nascendo de novo, e vencerei"
Assim, o garoto desapareceu por aquela avenida, caminhando e sorrindo para si mesmo, pois a partir de agora sua vida mudou completamente.
As lágrimas que ele estava derramando no chão, serviram para regar as sementes de novos sonhos que estavam germinando em sua dor interior.
Curiosamente me pergunto: Quem é aquele garoto? O que fazia? De onde veio? Como ele está agora?
O garoto da avenida deve estar por ai, não sei, só sei que os seus pensamentos me fizeram enxergar que eu sou responsável por direcionar o meu futuro.

por: natalino g. silva