O poeta é nato cheio de sonhos, de projetos, de visões, de neuras
controladas e de suspiros longos à romanesca;
O poeta por si só, projeta seu mundo abstracional à
realidade do homem neanderthal, aonde tudo pode acontecer e nada se pode
concluir sem a intervenção do macaco pensante que tudo sabe.
Acha que tudo sabe,
mas no fundo no fundo nada sabe nem de si mesmo,
Suas vestes de sabedoria esconde à face dos ignorantes que o
aplaude sem ao menos questionar “o por quê” a sua pura e exaltante imbecibilidade
de querer mostrar o caminho certo pisando em ninhos de serpentes e sapos.
Ah! Crudelíssima sociedade!
Ah! Tu que o fazes pensar que é o top, o “cara”, o sábio,
mas, na verdade é o charlatão dos bons costumes e o moral.
Mata-se o poeta com um tiro mortal, que o atinge em suas
entranhas a realidade.
Mata-se o poeta quando as nuvens negras o tapam a visão e o
impedem de enxergar um palmo a frente de sua própria mísera realidade.
Os seus sonhos são frustrados diante da inteligência alheia
e suas projeções são falidas diante do super ego das pessoas que o olham, não o
admira e muito menos presta atenção nos seus versos da vida, aonde toda fonte
de sua inspiração consumiu o tempo precioso de compartilhar-se no seu meio como
uma pessoa comum.
Todavia a regra é... Não ser comum!
Absurdo ser comum para o poeta, absurdo!
Tempo perdido é socializar-se com os ignotas que nos
rodeiam, é compartilhar do pão, do mesmo pão que a elite coloca a mesa e
oferece as migalhas aos pobres que se saciam e se contentam com ela.
Pobre poeta que morre todo o dia aos poucos, quando todo
mundo se cala para ouvir e aplaudir o burro que relincha, e, quanto mais alto,
mais o escutam e abaixam-se o reverenciando como o súdito na casa do rei.
Pára!!! Pára tudo!!!
Mata-se o poeta sem morte, sem dor, sem nada.
O nada é resultado do seu silêncio que esconde o grito dos
culpados e revela as espreitas, o grito dos desesperados que suplicam ao poeta a
sua sabedoria que foi, até então, menosprezada pelos mesmos.
O poeta não merece morrer, arrebata-o!!!
Arrebata-o a viver nas nuvens, oscilando entre o céu no
paraíso e sonhos à realidade terrena e insana.
Se todos têm a mesma capacidade de transformar-se em poetas,
ao mesmo tempo têm a capacidade de entoar hinos de discórdia entre os sonhos
tão bem sonhados e a realidade tão bem alicerçada em sés próprios caminhos
entrelaçada à ignorância cotidiana da falta de capacidade de refletir ao menos
um pouco do destino de cada passo que leva a um determinado caminho.
Mata-se o poeta então, matando-se a si próprio e sufocando a
auto-avaliação de como e o porque vou aonde os meus pés descalços me guiam...
Mata-te, tu oh, poeta e que não vês !!!
por: silva, natalino g